Dúvidas

  • Tenho crianças e amigos. Posso recebe-los sem me preocupar?

    Algumas pessoas desejam que o american seja um cão completo e perfeito. Nenhuma raça é perfeita. Isso vale para o ser humano. Se desejas que o teu american seja desconfiado com estranhos e possa atacar um intruso que esteja ameaçando a família não podes exigir que ele seja assim, ao natural, se todo o mundo entra na sua casa e o acaricia como um bichinho de pelúcia. Socializando bastante ele será dócil e querido. Acostumado a brincar com crianças ele tenderá a ser meigo com elas e brincalhão. Afastado do convívio com crianças poderá estranhar alguma que esteja puxando a sua orelha. Qualquer cão pode morder. Nesses 23 anos que crio procurei conservar e aperfeiçoar os bons temperamentos. Isso me parece uma verdade porque nesses anos todos nunca recebi um e-mail ou contato de algum cliente que tenha um american de minha criação e relate um ataque a alguém da família. Quando alguém me visita eu nem prendo os cães mas quando uma criança entra eu tomo cuidados porque não quero me arriscar. Mas já aconteceu de meus filhos trazerem amigos e eu não prender e nada aconteceu. Os relatos das pessoas que possuem americans e crianças tem sido ótimos mas eu não acho recomendável deixar um american solto com crianças estranhas e virar as costas. isso vale para qualquer raça. Um poodle pode fazer estragos. Confio mais num american. Para resumir, tirando a eventual e rara possibilidade de algum desvio de carater, fato que creio ser possível notar na convivência com o cão, o american é um excelente amigo das crianças e apto a conviver harmoniosamente com elas e amigos da família. Importante que seja tratado com amor e socializado para mostrar o seu melhor. Um treinamento de obediência não deve ser de estímulo para a agressividade. O american ao natural tenderá a proteger a família. Condicioná-lo a atacar pessoas pode ser perigoso. Melhor um adestramento de obediência para que tenhamos um melhor controle sobre ele. E isso vale para todas as raças.

  • Porque valores diferentes? Vale a pena investir?

    Uma pessoa leiga poderá pensar: porque existe tanta diferença de valores entre os criadores. Porque encontro americans na internet por R$ 1000,00 e tem criadores pedindo tres, quatro ou cinco vezes mais. Isso me lembra os cavalos. No jornal encontramos pessoas vendendo um cavalo Crioulo por R$ 1500,00 e, indo num haras encontramos cavalos em que o dono pede R$ 30.000.00. Num arremate tem criadores pagando verdadeiras fortunas por um animal.

    Pois com a criação de americans, infelizmente, não existe qualquer critério entre as 95% das pessoas que encontrarás na internet oferecendo americans para a venda. Cruzam esse com aquela. E se dizem criadores. Na verdade cruzar um casal ou dois não torna ninguém criador. Na imensa maioria das vezes é ou por prazer de ter uma ninhada ou para recuperar um investimento. Uma pessoa que pouco investe, apenas cruza, irá ficar chateada com meu comentário, mas, a verdade é que não está contribuindo com a raça. Um número excessivo de pessoas que cruzam uma determinada raça disseminam mas não selecionam. Isso acaba dando problemas. Adquirir um american como se fosse uma mercadoria qualquer, procurando no Mercado Livre, é pedir para se encomodar. 

    Mas, voltando ao tema. Tornar um plantel qualificado, com saúde, seleto, com importação pontual de exemplares especiais que somarão nos cruzamentos, qualificando aqui e ali exemplares dando titulações que aparecerão nos pedigrees é uma tarefa muito cara. Imaginem eu que alimento com ração superpremium 30 americans adultos no nosso canil. Tudo isso para oferecer variedade e qualidade genética nos cruzamentos. Daí vem a pergunta: vale a pena economizar na hora de se adquirir um filhote. Eu penso que não. Essa é a hora de não economizar. Quando importamos um exemplar de fora, qualificado, filhote, em média investimos em torno de R$ 10.000,00. Pelo menos foi o que eu investi ao trazer recentemente o Steppenwolf somando valor do filhote, importação, translado e taxas alfandegarias. Eu não precisaria trazer esse exemplar. Pensando apenas no lado econômico não seria um bom negócio. Eu tenho como machos azuis o Rambo, o Excalibur, o Cielo, o Hunter, o Bowie Colt (esse não está ainda no site) e outro machos de minha criação que, embora não estejam comigo poderiam ser usados se quisesse. Mas pensei em trazer outras linhas de sangue excelentes para somar. O que vende por pouco não pensa assim. O que interessa é vender. A pessoa que se valoriza e valoriza a raça entende que o valor que peço pelos filhotes é pouco, é mais que justo e decide investir um pouco mais e ser feliz. 

    Um fusca tem quatro rodas, anda e nos leva a qualquer lugar como outro carro. Mas uma Ferrari ou um Porsche fazem uma imensa diferença. Uma Mercedes nos dá conforto e segurança. Se adquirires um american de quem não tem experiência e mais tarde ele morder seu filho, um amigo do seu filho ou lhe decepcionar, valerá a pena essa economia? Outra coisa: a pessoa que vende irá dizer: isso é bobagem! É tudo a mesma coisa! É mais caro com êle por causa do nome. Canil famoso, essas coisas...

    Outro fato: porque eu coloco valores diferentes entre os filhotes? Isso é uma decisão pessoal. Não tem a ver com a qualidade dos filhotes necessariamente. Existe uma média de valores mas, por interesses pessoais posso colocar para mais ou para menos. Isso é normal. Digamos que nasçam oito filhotes. Sete fêmeas e apenas um macho. E esse macho for excelente. Eu costumo valorizar essa raridade. Digamos que numa ninhada exista um que tenha um destaque especial, seja muito diferente dos demais. E outro, ao contrario, não corresponda aos demais. Eu não consigo pedir o mesmo valor. Se a ninhada é parelha tudo bem. Mas se eu encontrar diferenças gritantes eu diferencio os valores. Uma pessoa um dia me criticou por isso. Me disse que eu deveria pedir o mesmo valor. Eu faria isso caso eu plantasse bananas.

    Bem, é isso, coloquei esse tema para ilustrar essa questão de valores. Ainda mais agora que o país vive em crise política e econômica. Adquirir um cão não é uma opção de primeira necessidade. É como ter filhos. Ninguém é obrigado a ter filhos. A população mundial é enorme. Já falta alimento no planeta. Mas, quem decide ter um filho, ou quem decide ter um animal de estimação deve tomar essa decisão com critérios. Não é o mesmo que decidir comprar bananas no supermercado.

    Uma bela aquisição é um investimento. Uma má aquisição é um arrependimento. Tenho percebido que a imensa maioria das pessoas que possuem um New Kraftfeld estão muito felizes. Percebo pelos e-mails carinhosos ou conversas em sites, midias sociais, nas mensagens que recebemos por whatsapp. Em 24 anos selecionando nunca tive um relato de um american nosso ter agredido um familiar, uma criança ou amigo da família. Isso nos deixa felizes. Um fato assim talvez até pudesse ter ocorrido ou um dia possa vir a acontecer pois conforme o cão é criado, tratado e condicionado pode, pelo sofrimento desenvolver uma neurose, uma psicose. Se existe nos seres humanos porque não nos animais. Mas felizmente nunca aconteceu. Eu converso com as pessoas. Dialogo, troco mensagens e, se percebesse algo de estranho ou falta de amor aos animais não enviaria um american nosso. Eles merecem ir para boas famílias. Onde existe amor cresce um american feliz e que corresponde. Isso vale para nossos filhos e mais ainda para os cães que não sabem falar.

  • Fêmea ou macho?

    O macho é mais individualista e territorialista mas isso não significa que não seja afetivo ou companheiro. A fêmea é mais afetiva e ligada aos donos mas isso não significa que algumas fêmeas não sejam mais reservadas e pouco efusivas. A fêmea menstrua de 6 em 6 meses e isso pode ser um inconveniente para algumas pessoas. O macho marca território e urina em certos locais do terreno para dizer que ele é o dono do pedaço. Se observarmos o comportamento da ninhada veremos que alguns são mais ou menos afetivos, mais ou menos confiantes, mais ou menos senhores de si, independentemente do sexo. O macho de todos os animais geralmente mostra mais as exuberâncias da espécie. Um macho de american geralmente é mais forte ou possui a cabeça mais pesada ou marcante. Por outro lado eu possuo certas fêmeas que parecem machos (Thunder Bully Europa, Thora e Morgana por exemplo). Creio que se o mais importante fosse o tamanho da cabeça todos deveriam adquirir um São Bernardo ou um Mastim Napolitano. O equilíbrio no fenótipo é tão importante como na vida. Por isso não sou um apreciador do American Bully. Mas respeito quem goste. Ele me parece desproporcional. Uma imensa cabeça que parece maior que o corpo. Mas nesse mundo existe gosto para tudo e, por razões comerciais muitos exploram essas paixões por cabeças. Me parece que existe até uma razão inconsciente para isso. Quem sabe ligado à sexualidade. Não sei. Seja como for eu aprecio a proporcionalidade e a capacidade de exercer funções e, nesse quesito, entre um atleta corredor, nadador ou judoca e um alterofilista eu prefiro esse atleta.

  • O filhote vem vacinado?

    Sim! Pelo menos com a primeira dose de vacina que costumo aplicar com 35 dias de vida. De 21 em 21 dias deverá realizar os reforços, sempre com uma vacina ética importada que o seu veterinário terá. Dois tratamentos para vermes e tratamento preventivo para giardíase também são realizados.

  • É possível ter um american junto com gatos e outros cães?

    Sim! Vários exemplos eu tenho visto na prática de pessoas que adquiriram americans de minha criação e socializaram desde cedo com outros cães ou gatos de casa. Se o american ficar trancafiado e nunca conviver com qualquer cão ou gato é natural que ao ver um gato surja o instinto de caça e ele tentará atingir fatalmente os gatos que invadirem o território. O mesmo em relação a outros cães. O american é um cão que possui em seu passado atávico o condicionamento para brigar, mas essa característica vem sendo atenuada desde 1936 através dos cruzamentos selecionados. Sendo assim ele possui uma tendência a brigar quando não é socializado mas essa característica nem é um atributo da raça american. A maioria dos cães quando não socializados tendem a latir ou a querer brigas com outros cães estranhos. A diferença em relação ao american é que ele é valente e não costuma fugir da raia. Daí o provérbio de que sua coragem é ímpar. 

    Quando eu comecei a criar minha esposa possuia dois gatos persas. Meus primeiros americans conviviam com eles e nunca os ameaçaram. Mas matavam os gatos que apareciam de fora e entravam no terreno. Mas esse não é um comportamento exclusivo do american. A filha de um vizinho nosso veio visitar os pais e trouxe uma gata persa. Eles possuem um cachorrinho de porte médio, sem raça definida. Ele matou a gata. Quem deseja que seu american seja bem dócil leve para passear desde cedo e mostre os outros animais e permita que se cheirem e façam amizade.

  • Posso ter um american num apartamento?

    Sim. Muitos possuem cães em apartamento. Mas eu recomendo que seja um american compacto. Na verdade, os primeiros americans eram compactos pois as medidas do padrão sugeriam que a altura fosse de 48,6 cm até a cernelha para machos e, em torno de 44 cm para fêmeas. Com o tempo as medidas foram aumentando e hoje vemos americans com 53 cm até a cernelha participarem de exposições e os juízes, na maioria incompetentes nem dão importância. Eu possuo na minha criação as duas vertentes e, dentro de um cruzamento é possível escolher um filhote mais compacto.

    Se levares o american para passear ele ficará feliz e se adaptará ao apartamento, principalmente se tiver uma boa área ou se for uma cobertura. Mas o mais importante é a interação com os donos e a possibilidade de passear pois confinamento não é bom para o ser humano e nem para um animal que possui potencialidade para ser um atleta.