Memorial

Esse espaço é uma homenagem comovente que prestamos aos americans que conviveram conosco e nos propiciaram, com suas presenças, tantas provas de afeto e entrega desinteressada e sincera. Estamos em dívida e nossa saudade é a prova de suas importâncias. Rogamos que seus espíritos estejam agora livres. Que possam correr em lindos e vastos campos descobrindo a natureza. Que nunca falte quem os acarinhe e os chame para que sigam os caminhos da vida. Se houver justiça talvez um dia nos reencontremos e tomara que todos possam habitar essa dimensão em harmonia e felicidade. Onde a água seja bebida entre as rochas das cachoeiras e o alimento seja puro e oferecido sem sofrimento. Que possam correr nos campos em total liberdade. Que haja sempre tempo para nos doarmos e a vaidade de um premio numa exposição seja substituida pela gratidão e que o maior premio seja o amor que sintamos e o carinho a nossa taça. Que vejamos e sintamos o coração de nossos amigos de quatro patas. Que só isso seja importante e não a sua beleza exterior que passa e é decomposta pela terra. Talvez nesse lugar o homem perceba o quanto a vaidade desmedida e sem princípios é um mal. Um grande afago e um beijo a todos os cães que estão aqui nesse espaço.

Foram importantes e fundamentais no nosso trabalho de criação. Foram alicerces sem aos quais não teríamos nem evoluido. Foram companheiros e companheiras nessa jornada que é viver. Deram muito mais do que receberam pois suas vidas foram uma ponte para que lindas vidas surgissem para alegrar outros lares. Tivemos a consciência de, na maior parte das vezes oferecer um novo lar para os adultos quando atingiram determinada idade. Para que passassem os últimos anos soltos o tempo todo num pátio em companhia de uma família. De forma extremamente rara comercializamos algum cão adulto. Preferimos doar após a castração pois quem tem interesse pode apenas desejar cruzar ou fazer uso do cão. De preferência ficamos a vida inteira com o cão mas a qualidade de vida do cão é mais importante do que nosso desejo egoísta.

Crio com exclusividade a raça American Staffordshire Terrier e meu plantel é grande. É impossível oferecer um tratamento ideal quando se tem muitos cães. Por outro lado, se queremos evoluir nos cruzamentos aproveitando ótimas bases genéticas e impedir a estagnação da consaguinidade precisei sempre de um número significativo de exemplares pois gosto de ter um plantel fechado sem usar cães de fora. Assim torno nula a possibilidade de ingressar uma doença infecciosa e posso escolher meus cruzamentos com total autonomia. Além disso fico conhecendo com profundidade o temperamento de cada cão do plantel. Isso me dá mais segurança na hora de orientar as pessoas ou escolher os cruzamentos para evitar que fixe uma tendência indesejável.

Hoje (4 de setembro de 2020)  tive coragem de iniciar a homenagem pois só de pensar em reavivar essas memórias dos queridos e queridas amigas não mais vivos me era sofrido mas todos passam nessa vida e lembrar e homenagear é uma forma de eternizá-los. Toda a semana falarei pelo menos sobre um. Serão vários! Todos especiais e importantes no esqueleto ou arcabouço do que significa a criação New Kraftfeld.

  • 04 de Setembro de 2020
  • GAMENESS MAXOLA GANDHI

Em 1992 eu desejei ter um ótimo macho de American. As opções naquela época eram escassas. Eu havia visitado um criador que era o melhor do Brasil. O mais premiado. Mas naquela época haviam uns seis criadores pelo Brasil todo. Talvez menos. Fui convidado por um amigo que tinha um Rottweiler. Eu era criador dessa raça. Tinha uns 6 Rottweilers. Cheguei a levar em exposições. Tinha o maior Rottweiler conhecido numa época em que as exposições estavam repletas de exemplares. Numa exposição em esteio haviam 40 Rottweilers. Ele era bem maior que todos. Eu tenho 1,85 de altura. Ele em pé colocando as patas no meu peito ficava com a cabeça na minha altura. E era muito bravo, um guarda incrível. E o Gilberto, meu amigo, me disse: queres conhecer uns Pitbulls que são foda! (foi essa a expressão). Falei que sim.

Fui até Viamão, uma cidade próxima da capital. Quando cheguei lá vi que os americans estavam metade soltos. Ele tinha uns 6 americans no plantel. Eram pequenos. Bem compactos. Seriam os primórdios da raça no Brasil. Ele havia começado com uns americans que haviam sido adquiridos de um criador do Paraná. Como esses exemplares haviam matado os cães que ele tinha resolveu se desfazer. O Glenn e mais outro criador de Porto Alegre chamado Basselar trouxeram essas feras. Mas na verdade com o jeito de lidar com eles o Glenn foi conseguindo domar seus instintos.

Quando entrei e vi aqueles "Pitbulls" correndo em minha direção fiquei com receio mas o Glenn me tranquilizou. Mas eu fiquei mais tranquilo quando ele guardou-os em caixas de transporte. Eu conversei bastante com êle. Fiz muitas perguntas como é do meu jeito de descobrir. Observei bastante. Quando sai de lá aqueles cães ficaram na minha cabeça. Fiquei numa crise como criador. Embora gostasse do Rottweiler tinha duas realidades que não me agradavam: julgava fragéis na infância e suscetíveis a terem displasia coxo-femural mais adiante. Estava meio enjoado de ver sempre as mesmas cores: preto e tan. E uma característica me chamor a atenção nos americans além de serem diferentes nesses quesitos: compactos, fortes e corajosos. Uma frase que li na época me chamou a atenção: sua coragem é proverbial!

Sou meio americano por natureza. Morei tres anos em Baltimore na infância. Sou italiano por formação familiar mas americano na influência e escolha. Esse cão desenvolvido pelos ingleses e finalizado pelos americanos me picou. E quando somos contagiados passamos a ser portadores. Foi paixão a primeira vista. Nunca havia tido uma paixão assim por alguma raça. Que nem não consigo deixar de gostar das motocicletas não consegui mais esquecer dos americans.

O próximo passo:

Voltei até o Glenn e paguei a reserva por uma fêmea que nasceria em breve (dei o nome de IRA).  Enquanto isso fiquei de ôlho se achava um macho. Estava lendo um anúncio de uma ninhada e fui na casa desse criador inciante. Ele disse que cruzara uma american chamada OLÁ DOS CONVENTOS (de um criador em SC) com o macho MAXWELL WEILERSUL (de um criador de Porto Alegre chamado Edson). Eu vi a ninhada e gostei de um tigrado. Escolhi o nome de Gandhi (em homenagem ao pacífico líder indiano Gandhi). Como essa pessoa não tinha canil registrou no nome do canil do Glenn que o ajudou. Assim levei para casa o importante GAMENESS MAXOLA GANDHI.

Tive momentos inesquecíveis com o Gandhi. Apesar do nome tão pacífico e diplomático sua natureza era a seguinte: paz com os animais de casa (era amigo de um Rottweiler e aceitava a gata Persa nossa). Mas na rua ou com invasores era terrível. Quando saia para caminhar nas redondezas do meu sítio era comum aparecerem cães latindo em minha direção das várias residências e sítos das redondezas. Naquela épocas as ruas vizinhas eram de estrada de chão. Um ambiente meio rural. O Gandhi chorava de vontade de brigar. Os cães ao se aproximarem do Gandhi (eu segurando na guia) ao verem seus olhos, aquele olhar mortal, viravam a cabeça e sumiam. O Gandhi enfrentaria um leão se fosse preciso. Comecei bem. Isso me encantou porque não gosto de covardes. Meu pai era corajoso; meu avô idem e eu nunca admirei quem recua e foge. Me identifiquei com a raça. Mas era meu início. Tinha muito pela frente. Não imaginava que fosse evoluir tanto e me dedicar como fiz pela raça. Não sabia meu futuro. E nem do que faria. Trabalhava muito como médico. Era um prazer que estava tendo pois estava compensando a minha infância quando me proibiram de ter um cão. 

Numa das fotos antigas e pequenas podem ver o Gandhi convivendo com nossa gata persa. Como ele conviveu com ela desde pequeno não a atacava. Ao contrário de outros gatos estranhos.

Em exposições se tornou Campeão e Grande Campeão. Uma juiza disse uma vez algo que nunca mais esqueci: impressionante a sua expressão!. De fato, ele parecia entender e falar com os olhos.

Logo mais falarei um pouco mais desse american que me gerou excelentes cães compactos, corajosos e inteligentes. Ao chegar na Ira, falarei um pouco mais dele. Como também quando chegar em mais alguns. Até a próxima homenagem. Será a IRA.


  • 05 de Setembro de 2020
  • GAMENESS IRA ELMOPAN

O Glenn tinha o hábito de colocar no sobrenome metade de parte do pai e metade da mãe. ELMOPAN significava que o pai era o ELMO e mãe PANDA. O Elmo Sir Von Bettgers era um daqueles americans que foram vendidos para o Glenn e o Bacelar porque detonaram ou brigaram com cães desse criador que estava mais ligado me parece com a criação de outra raça. Me parece que seria Rottweiler. Essas revelações foram passadas para mim e não tenho comprovação. Mas pelas histórias que ouvi do que o Elmo fez acredito serem verdade. Numa ocasião o Glenn me contou que teria invadido o terreno do vizinho e matado o Pastor Alemão desta pessoa. Considerando o temperamento da Ira acredito na veracidade.

Bem, vamos ao que aconteceu. Reservei a primeira escolha desse casal. O Elmo pertencia a ele. Já a Panda havia sido adquirida de um criador chamado Edson (Canil Weilersul). Este havia importado um american dos USA (BEAR MOUNTAIN WAR CLOUD). Sedento de um sangue novo o Glenn adquiriu a PANDA resultado do cruzamento desse macho com a AFRA SIR VON BETTGERS. Ela era branca e vermelha, malhada. Bem bonita e forte. Desse cruzamento eu escolhi a IRA.

Era quadrada. Ao contrário do GANDHI que era mais comprido, proporcional e por eu levar para passear tinha uma ótima movimentação, a IRA, ao contrário parecia um tratorzinho andando. Meio cambotinha. Gostava muito dela. Compacta com C maísculo. Ela me gerou americans fantásticos com as escolhas de cruzamentos que fiz. Tive muita sorte com ela. E foi protagonista de muitas aventuras. A dupla Gandhi-Ira era perigosa. Pareciam tramar algum atentado. Vou contar tres histórias:

- uma vez meu vizinho de sítio nos convidou para um jantar no galpão de sua casa. Era todo de madeira e bem gauchesco. Pediu que levasse o violão para cantar e tocar. O Gandhi e a Ira viram que estávamos do outro lado. A noite foi ótima mas quando voltamos para casa, naqueles instantes que entrávamos na nossa casa ouvimos gritos do casal. A dupla terrorista havia matado o cão deles e mais tres gansos sinaleiros que o vizinho criara com toda a dedicação. Eu não sabia o que fazer. Comprar o cão que ele desejasse (o cão morto não tinha raça definida - mas isso não importava) e tres gansos foram ofertados por mim. Ele acabou aceitando um Pastor Alemão que escolheu e mais tres gansos. Mas ficou uns tres meses sem falar comigo. Reforcei muito bem a tela que dividia o terreno e nunca mais aconteceu nada;

- outra vez ao abrir a porta da garagem a Ira saiu para a rua que nem um jato e agarrou um cão que passava. Consegui separar e salvar a vítima;

- uma vez ouvi uns gritos de um cão sofrendo. Estava no lado de fora da casa e a Ira estava trazendo por baixo da grade para dentro visando detonar com ele. Consegui salvar. É óbvio que nessas duas vezes se não estivesse por perto seria mais um óbito.

Ela tinha um olhar de poucos amigos. Era afetiva conosco mas sua expressão era de uma mulher em TPM reprimindo sua irritação mas pronta para explodir. Era até engraçado de ver. 

Nessa época inicial eu não iniciara a minha seleção e esses americans eram fruto de acasalamentos do material genético que existia. Eram ótimos conosco. Mas não estavam socializados. Estava muito ansioso para realizar meu primeiro cruzamento entre ela e o Gandhi. Nasceu uma bela ninhada de uns 8 filhotes. Vários americans especiais. Havia gostado muito de 3 deles. Um era o HUTGER, outro o HERÓI e outro o HITLER. Estava na época colocando nomes seguindo uma determinada letra.

Os dois cruzamentos mais marcantes da Ira foram esse primeiro e mais tarde com o importado ALIAJ RED BYRON. Falarei sobre esse cruzamento que foi o primeiro salto marcante da minha criação quando chegar nesse american fundamental. Mas, voltando, eu escolhi o HITLER, um dourado que me deu alegrias e títulos. Era o mais tranquilo da ninhada.

A IRA faleceu quando um temporal derrubou uma árvore que caiu no canil e a matou. Não preciso dizer como me senti. Ela deixa saudades e sou grato a ela. A próxima será a Maggie Bullcasul. Ela gerou ótimos americans. Falarei em breve sobre ela.


  • 06 de Setembro de 2020
  • MAGGIE BULLCASUL

Desejoso de outra fêmea encontrei uma tigrada filhote que me agradou. Era meiga, mais tranquila e oriunda de um cruzamento deste Edson do canil Weilersul. Mas o proprietário do canil Bullcasul que registrou pois era dono da fêmea. Ela não se metia em encrenca. Soltava a Ira, a Meggie e o Gandhi sem problemas. Eram todos amigos. Um desenho de cabeça interessante com fortes masseteres. 

Aconteceu um fato que nunca esqueci. Para verem que a paz entre cães é relativa e precisamos monitorar quando soltamos todos juntos pois num momento de ciúme ou algo inusitado pode ocorrer uma briga. Eu estava com dois advogados aqui em casa que visavam escolher um macho e uma fêmea. Os tres estavam soltos e eu estava elogiando a boa convivência dos tres. Quando de repente os tres se agarraram. Eu e a Ida conseguimos separar. Algo aconteceu que desencadeou o alarme. Creio que foi o ciúme da Ira pois ela que começou. De fato, a Ira não era fácil.

A MAGGIE de seu cruzamento com o Gandhi gerou um macho muito forte que meu amigo Gilberto, o mesmo que me convidara no início a conhecer os "pitbulls" , escolheu para ele. Era o alfa da ninhada. Temperamento muito forte. Mas era o que desejava. Tigrado e cabeça volumosa. Não tinha muita angulação traseira o que lembrava os pitbulls de rinha. O Gilberto adorava esse lado de potencial bélico. Mais adiante o Gilberto resolveu levar o Kadafi numa expsoição. Nunca havia pisado numa pista. O Gilberto mesmo resolveu apresentar se me recordo. Só que, em vez de distanciarem o Kadafi dos outros americans que estavam na pré-pista, deixaram ele meio que a vontade. Não teve outra: o Kadafi grudou num american do Glenn. E não soltava. E quando separaram o Glenn gritou: é um pitbull! Não pode ficar aqui. O juíz pediu para tirar de pista. O Gilberto adorou. O Kadafi não era muito "diplomático".

Um dia o Glenn estev aqui em casa para trazer uma fêmea Rottweiler que ele desejava cruzar com um Rottweiler meu. O famoso Conan, o gigantesco animal. Muito bravo e territorialista. Trouxe na guia e foi apresentado para essa fêmea. O Conan logo subiu e engatou nela. Eu, me lembrei de entrar dentro de casa para algo e deixei eles lá fora. Quando voltei o Glenn estava em pânico rogando para que ele não desgrudasse. Eu ri bastante e ele contava essa história. O pagamento de cobertura foi cedendo o Gameness Konan Elmopan para cobrir a Maggie. Uma troca de figurinhas. Era o seu melhor macho naquele momento que havia selecionado do cruzamento da Panda com o Elmo. Desse cruzamento fiquei com o Kraftfeld Killer. Era malhado e com muito branco. Fiz essa escolha pela estrutura, temperamento e me agradou o porcentual alto de branco visando mais tarde obter americans com colar branco e marcações diferentes. 

Assim meu plantel Já estava aumentando. Gandhi, Ira, Maggie, Hitler e Killer. 

O próximo american que falarei será o KRAFTFELD IRGAN HITLER. recebeu muitos prêmios e me deu alegrias.


  • 09 de Setembro de 2020
  • KRAFTFELD IRGAN HITLER

O HITLER e o KILLER foram os primeiros americans de minha criação que escolhi para ficar e fazer crescer o plantel. O KILLER possuia muito branco e não poderia levar em pista. Já sabia disso quando o escolhi. Fiquei com êle pela estrutura muscular num corpo sarado, muito branco para fazer futuras combinações e por ser do cruzamento da Maggie com o Konan. Mas o Hitler nasceu de uma ninhada de 9 filhotes e tres eram especiais pelo menos e cujos pais eram GAMENESS MAXOLA GANDHI E MAGGIE BULLCASUL. O Hitler era o segundo mais forte, Mas era todo dourado e não queria ter outro tigrado naquele momento. Um outro dessa ninhada a pessoa que adquiriu levou em pista e venceu bastante. Se chamava HUTGER. Outro era espetacular mas nunca conheceu as pistas como ocorre com a imensa maioria dos cães ótimos que enviei. Exposições não são o foco das pessoas e eu entendo.

O HITLER estava crescendo e meus planos seria levar em pista para competir. Mas quando um dia estava observando-o brincando no pátio tive um choque emocional. Um momento inesquecível e triste. Ele trancou a perna numa mesa de ferro, daquelas de jardim. Branca como a neve angelical. Mas na minha mente negra como as noites solitárias. Escutei um estalo. Sua perna ficou como um pêndulo presa fragilmente na altura do joelho. Percebi que era grave. E chorei.

Indo a um veterinário ortopedista considerado um dos melhores de Porto Alegre ele me disse que com a colocação de pino e fisioterapia poderia voltar a andar mas provavelmente mancaria. O sonho de levar o primeiro american aqui criado e por mim escolhido nas exposições foi se desvanecendo nos filmes que minha mente criara. Foi um balde de água fria. A cirurgia foi realizada e o repouso num canil para ir cicatrizando e consolidando a fratura com a prótese foi seguido. Que castigo para ele que ficava solto no pátio Naquela época eu soltava todos juntos. Eu não levei para fisioterapia pois eu mesmo cuidei. Ele me olhava sereno e confiante. Era extremamente tranquilo. Alegre e com muita vitalidade, mas tranquilo. E tarado! Depois explico porque.

Bem, depois de algumas semanas notei que êle estava mancando menos e subitamente parou de mancar. Seu andar era cadenciado e correto. Chamei um handler e pedi que o treinasse. Começou a ir em exposições e, no início ia mais ou menos. Mas, de repente começou a vencer. Campeão e depois Grande Campeão! Quanta alegria nessa cumplicidade e amizade! E um veterinário que não cito o nome havia me sugerido que sacrificasse pois ele só sofreria. Bem, como no filme Seabiscuit me lembrei agora da frase: todos merecem outra oportunidade!

Porque tarado? Não bastasse ser eficiente nos cruzamentos e rápido tinha uma mania que visava mostrar sua dominância que era tentar cruzar com as pernas de algumas pessoas que escolhia para vítima. Uma vez um eletrecista entrou no pátio com seu assistente. O HITLER grudou numa perna pleno de fogosidade e não soltava. Era uma paixão por aquela perna. O eletrecista estava apavorado e eu rindo. Dai eu disse: ele gostou de ti! Quer cruzar contigo! E ele falou meio alto: eu não quero que ele cruze comigo!!!

Ocorreu um fato que preciso lembrar. Ocorreu uma exposição especializada com uns 30 americans. Eram duas pistas. Uma julgada pela manhã e outra a tarde por outro juíz. Levei a filmadora e o Hitler não foi muito bem. Como bom italiano meio passional fiquei desanimado e a tarde nem levei a filmadora. Não é que o Hitler venceu a especializada. Esse momento ouvi uma mensagem no meu cérebro: estás no caminho certo!

Para finalizar diria que mais de uma vez me perguntaram porque um cão tão lindo teria um nome tão horrível. Na maioria das vezes foram de pessoas judias. Escolhi esse nome porque queria que fosse forte e marcante. Muitos escolhem nomes como Satã, Nero, Devil, Genghis Kan, Calígula e assim por diante. Tenho amigos judeus. Um dia disse para um deles que se não me desse um desconto numa mercadoria mandaria o Hitler atacá-lo e ele riu bastante. A história já julgou as atrocidades do holocausto e a imperdoável eliminação de milhões de inocentes em sua maioria judeus. Mas algo existe nesse líder psicopata que me fez inspirar para dar o nome para um american: sua ímpar capacidade de liderança e convencimento para hipnotizar toda uma nação para segui-lo até a morte. São poucos e raros em nossa história com essa capacidade de persuasão. Pena que sua meta fosse o poder desmedido, o extermínio do povo semita e a tentativa insana de uma raçã pura ariana. Eu homenageei dois líderes antagônicos na minha criação: o líder Gandhi e o anti-líder Hitler. Duas forças. Como um bisturi que pode ser usado para o bem ou para o mal. O meu HITLER foi do bem!


  • 12 de Setembro de 2020
  • OS AMERICANS DA COSTA RICA - MORGANA

Um médico da Costa Rica e que veio morar em Santa Catarina trouxe alguns americans de lá. Seu canil se chamava Villalobos. Isso aconteceu há uns 30 anos atrás. Eu tive a oportunidade de ver alguns pedigrees desses ancestrais. Me chamou a atenção que muitos cães da árvore genealógica só possuiam um nome. Não havia a referência de algum canil. Percebi que muitos eram Pitbulls. Como durante muitos anos alguns exemplares da raça American Staffordshire tinham duplo registro nos USA (pitbull pela UKC e staffordshire terrier pelo AKC) já que o fenótipo era semelhante (farinhas do mesmo saco como diria o falecido político Brizola) eu assim interpretei. 

Esses exemplares tinham em sua maioria uma natureza bélica. Adoravam uma briga e muitos eram ótimos guardas. Notei também que haviam azuis oriundos desses cruzamentos. Como era uma cor incomum na época alguns se interessavam. Mas nas exposições daqui e do exterior não se viam exemplares dessa coloração. Eu mantinha meu foco no cão e não na cor. Mais adiante falarei sobre como e porque resolvi ter azuis sem perder o foco. 

Mas eu queria trabalhar com essas genéticas. Um criador de Porto Alegre adquiriu uma fêmea grávida desse canil Villalobos. Era a Villalobo´s Morgana que cruzou com o Villalobo´s Tuanys. Assim ele registrou a ninhada com o nome de seu canil (Vom Sebastian Wolf) mas era um trabalho desse costariquenho. Bem, sabendo dessa ninhada escolhi a fêmea mais robusta e toda preta e dei o nome de MORGANA em homenagem parte à sua mãe (mas também à maga dos tempos do Rei Arthur). Bem, o que importa é que somei uma genética nova para trabalhar em cima. Do cruzamento da Morgana com o Killer nasceu a WEBY que foi capa da revista Cães e Cia. Havia enviado para Brasília. Ela era um tanque de guerra ambulante. Mas muito afetiva e dotada de carisma. Por outro lado de um cruzamento que fiz entre ela e um filho do casal importado ALIAJ RED BYRON e ALIAJ THATCHER nasceu um macho preto lindo que atacava até a sombra. Brabíssimo com estranhos. O dono anos depois me ofereceu de volta porque estava de muda para um apartamento. Ao trazer aqui e ao ver a reação desse american querendo me atacar recomendei que escolhesse outro destino. Não queria fixar essa característica. O american precisa identificar o momento de ser agressivo. Esse cão pode ter sofrido algum trauma. De toda a maniera não desejei arriscar. 

A Morgana gerou excelentes cães em estrutura com outros americans de minha criação. Num cruzamento com o Hitler nasceu uma ninhada inteira de pretos. A Morgana era forte mas masculinizada. Para plantel seria interessante mas o fenótipo de uma fêmea precisa ser diferente ao do macho para não distorcemos os padrões. Mas naquele momento e escolhendo os cruzamentos ela fez o seu papel e sou grato a ela.

Na próxima homenagem mostrarei os americans de sangue costariquenhos que gerei através de meus cruzamentos. Os primeiros azuis.


  • 18 de Setembro de 2020
  • A CONTRIBUIÇÃO DOS COSTARIQUENHOS NOS CRUZAMENTOS GERADORES DE AZUIS

Na medida que introduzi alguns cães de genética forte da Costa Rica sabia que precisava aperfeiçoá-los com novos cruzamentos e aproveitar o que de bom tinham. Eram compactos, enérgicos, corajosos e briguentos. Essa parte briguenta não me interessava mas aquela chama ou pimenta me agradava pois não gosto de covardia. Energia e sangue diferente a ser trabalhado. Não tinha pressa pois o processo é gradativo e em camadas de gerações.

Assim com cruzamentos escolhidos surgiram americans sensacionais:

- da Morgana com um descendente de dois americans iniciais meus Maggie e Killer surgiu a WEBY como já falei (foi capa de revista - forte e bela); esta preta;

- quando obtive meus primeiros americans do cruzamento do casal que importara dos USA (Aliaj Red Byron e Thatcher) cruzei com uma fêmea filha do Gandhi com a Ira (irmã do Hitler) e desse cruzamento surgiu a Sky New Kraftfeld que ao ser cruzada com um descendente forte da Costa Rica ((Surgius Vale Bumba) gerou a mítica KABALA NEW KRAFTFELD e também o TEXAS NEW KRAFTFELD;

- usei o Bruce Vom Sebastian Wolf (de um criador gaúcho que trabalhou com costariquenhos) com a KABALA e assim surgiu a STAFF NEW KRAFTFELD (ótima);

- da STAFFY com Hendrix Júnior obtive o maravilhos BLUE RAMBO NEW KRAFTFELD e nessa seleção que gerou o Hendrix trabalhei os meus primeiros Gameness com o Red Banker que era filho do casal dos USA;

- do Blue Rambo com a Raysa ( de meia descendência costariquenha) surgiu a maravilhosa MAPHIA NEW KRAFTFELD (bela,compacta e de uma energia e bravura fantástica) e dela a NIRVANA NEW KRAFTFELD;

- do Blue Rambo com uma fêmea de origem americana do canil Cirkle C surgiu a PIT BLUE NEW KRAFTFELD e também a SHADOW NEW KRAFTFELD;

- do cruzamento posterior com outra camada seletiva envolvendo a KAY BRUBEST (americano - CR) com o linebreeding Hendrix x Thatcher surge a maravilhosa SHARON STONE NEW KRAFTFELD que ao cruzar com o Blue Rambo gera o inesquecível HUNTER NEW KRAFTFELD;

- de um american de genética americana envolvendo os canis Fraja e Keystone (MSL´s JP Black Roses) e uma fêmea também do Byron e Thatcher surgiu a SKY CHABAR NEW KRAFTFELD que gerou o

FLADER KAYSER NEW KRAFTFELD e depois o DARK que era preto;

Citaria outros que usei como o THUNDER, o GIBSON e outros. Mas esses referidos que gostaria de homenagear pela sua importância.

OBS.: O que me auxiliou muito nesses cruzamentos visando fixar o azul com esta base envolvendo os americanos foi de que a Aliaj Thatcher (que importara filha do Campeão Mundial de 1997) era de cor BLUE FAWN - dourado com azul e talvez a primeira blue fawn no Brasil

Em resumo, através de cruzamentos entre as camadas seletivas de vários americans de meu plantel envolvendo cães da Costa Rica pude colocar essa pimenta na minha árvore mas melhorando o fenótipo e a genética desses exemplares advindo desse país e fixando o azul em minha criação mas tendo neles todos meus americans de base, desde os Gameness e passando pelos importados dos USA.


  • 19 de Setembro de 2020
  • MEU SALTO - A FASE BYRON-THATCHER

Em 1998 eu já possuia uma base de seleção usando o que existia de melhor no Brasil. Percebi que estava no mesmo nível dos criadores que existiam e notei que de fato era apaixonado pela raça. Com o Rottweiler nunca havia tido a vontade de importar exemplares da Alemanha e assim crescer na criação. Mas com o American estava sendo diferente. Disse para minha esposa, em pé, em frente à cama do quarto: vou importar um casal top ao meu estilo dos USA. Vou investir em torno de tanto. Ela disse: é mesmo?! Tanto assim? Mas vou recuperar na primeira ninhada e se tudo der certo nossa criação dará um salto! Vou fazer crescer a raça e melhorá-la. Preciso de um sangue novo americano que só eu tenha. Com outro desenho de cabeça, estrutura e genética. 

Primeiramente verifiquei qual o cão que vencera o Mundial em 1997. Descobri que fora o GWYNLLYN UNDER COVER. Liguei para a proprietária que era dona do canil ALIAJ. Ela tinha um sócio e depois se mudaram para a Califórnia. Atualmente nem sei se ainda criam ou se estão vivos. Mas liguei para ela. Lembro que fiquei nervoso e excitado só de falar com ela. Importar um american era uma aventura fantástica e meu lado criança pleno de entusiamo e sonhos me impulsionou nesses momentos. Ela disse estaria para ter filhotes. Eu reservei uma fêmea e disse que queria um macho de outra ninhada. Ela disse que cruzara uma fêmea dela com um american muito premiado que vencera Ranking. 

Quando nasceu a ninhada escolhi por fotos a fêmea. Assim veio a ALIAJ TATCHER que foi a minha primeira importação. Ela era blue fawn. Linda, inteligente e afeitiva. Cresceu mostrando virtudes diferentes e novs para mim. Um encanto de fêmea. Tornei Campeã brasileira e Panamericana mas não levei mais em pista. Via americans inferiores vencerem dela por causa de handlers famosos ou interpretações equivocadas de juízes e achei que não deveria queimá-la. Ela não adorava as pistas pois demorei a treiná-la. Para pistas devemos começar cedo. Na verdade eu estava mais interessado na criação e não via hora de cruzar ela com o importado que viria.

Assim que eu soube do cruzamento que faria nascer o ALIAJ RED BYRON  combinei que iria pessoalmente escolher. Perguntei a data que deveria estar lá e reservei as passagens. Ela estava em Newport, distante 300km de New York. Ao chegarmos em New York pegamos um trem que nos levou até lá em 4 horas e meia. Eles nos pegaram na estação. Quando chegamos na casa dos anfitriões viemos a conhecer o Campeão Mundial que era muito treinado. Entre suas habilidades estava o de latir quando mandado. Mas ao ver o Byron filhote fiquei hipnotizado. Além de ser o maior da ninhada possuia um fenótipo que não existia no Brasil. Parecia outra raça. Foi amor a primeira vista. Paguei e pedi que me enviassem depois que chegasse ao Brasil. Fomos antes conhecer o Canadá. Lá a Ida ficou grávida do meu primeiro filho com ela. O Pietro. 

O Byron cresceu mostrando sempre muita felicidade. Era muito grande, de cor vermelha, alegre, forte e intrépido. Um sonho de american para mim. Levei em pista apenas para torná-lo Campeão Brasileiro e Panamericano pelos mesmos motivos que referi da Thatcher. Lembro que um desses "entendidos" da raça se referiu ao Byron como acima do padrão e que deveria ter cruza com Dogo Argentino pois possuia bastante branco e era grande. Mais tarde, anos depois apareceu em minha casa perguntando o valor de uma cobertura dele. Obviamente neguei. Conheci muitos imbecis, maldosos e invejosos ao longo de minha trajetória. O Red Byron estava anos na frente e era um ET nas exposições. Não tenho dúvidas que foi o AST mais importante que pisou nosso solo.

Minha preocupação agora era de que tudo corresse bem para mais adiante ter a minha primeira ninhada 100% americana. A Thatcher quando teve seu primeiro cio apresentou uma hiperplasia vaginal. A vagina ficou muito grande e isso pode acontecer devido à liberação hormonal e isso me preocupou. Se voltasse a ter não poderia cruzar. Nem avisie a criadora. Não penso que devesse ser responsabilizada pois não planejara isso para mim. Não era má fé. Iria engolir esse destino.

Mas no terceiro cio a Thatcher não apresentou a hiperplasia e cruzou com o Byron. Nasceu talvez a ninhada mais linda que vi na vida. Falarei sobre ela no próximo memorial. Aqui fica minha homenagem ao casal que mudo radicalmente a minha criação e que deposito reconhecimento por tudo que significaram em todos os sentidos. Nunca sairão da minha mente e coração. Sem eles não teria chegado aonde cheguei como criador e eles injetaram ouro nos meus cruzamentos. Aliás o título que darei provavelmente será a ERA DE OURO.


  • 30 de Setembro de 2020
  • O SALTO PROPRIAMENTE DITO!

Passei meses na grande expectativa do cruzamento do ALIAJ RED BYRON com a ALIAJ THATCHER. Meu plano seria primeiro obter americans com sangue novo e excelente para passar meu plantel para a segunda etapa. Dar o meu toque pessoal. Mas essa ninhada precisaria nascer. E em 2000 nasce a ninhada tão esperada. Foi uma ninhada fantástica. Nunca havia visto americans de tamanha estrutura. Fiquei com 3 exemplares. Gostaria de ter ficado com todos. Um macho e duas fêmeas. Um dos machos que era especial enviei para uma pessoa de Aracajú que se tornou meu amigo (o BLUE BUFFALO). Fiquei com a BEST HILLARY, a BRIGITH BARDOT e o RED BANKER. O MARSCHALL escolhi do cruzamento seguinte.

Coincidentemente, uma handler de Porto Alegre me perguntou porque não disputava o Ranking de Melhor Criador da Raça. Elogiou muito meu plantel e resolvi participar. Venci 5 anos consecutivos. Depois resolvi parar. Até 2010 quando resolvi novamente pois ouvi dizer que estava sem cães para vencer, quando na verdade apenas me afastara das exposições. Daí partcipei de novo e venci novamente. Quando me der vontade de gastar em exposições venço novamente. Confio no meu taco. E até agora nossa criação é a que mais conquistou títulos. Mas meu foco sempre foi a criação e o ambiente das exposições me deixa nervoso. Por ser italiano melhor manter certa distância. Mas nunca fechamos as portas.

Bem, vou colocar fotos desses americans da primeira ninhada do BYRON com a THATCHER. Através dos cruzamentos seguintes com essa genética e outras que fui acrescentando pontualmente fixei um padrão, um esqueleto que foi sedimentando o que poderia chamar de linhagem New Kraftfeld. Esse termo só é obtido com o tempo. E creio que 30 anos é um ótimo tempo se fizermos a seleção correta e mantivermos  os pilares ou as vértebras desse esqueleto.

No próximo memorial falarei de um cruzamento lendário do BYRON com a IRA. Mesclando o melhor que existia da base genética de americans compactos existentes até aquele momento no Brasil com o AST americano de grande porte que era o BYRON.

Essa outra ninhada chamarei de constelação e logo saberão porque.


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