Verdades e Mitos

A raça American Staffordshire Terrier é apaixonante. Mas certas dúvidades criam mitos e outras criam verdades. Envie sua dúvida que o criador esclarecerá.

Um pitbull salvaria uma criança?
13 de Outubro de 2013

Um cão da raça pit bull que perambulava pela ruas, foi recolhido ao Centro de Controle de Animais, e iria ser assassinado, conforme leis de Minneapolis, no EUA.

Christi Smith, moradora de Minneapolis, retirou o animal do corredor da morte, trazendo-o para sua casa e dando-lhe lar temporário, até que encontrasse alguém que quisesse adotá-lo. Uma semana depois, o cão salvou a vida de seu filho de 4 anos, latindo durante a noite, quando o menino parou de respirar devido a uma crise de hipoglicemia.

“Eu coloquei meu filho na cama por volta de 8h30 da noite”, disse Smith. “Ele acordou próximo da meia-noite e me pediu algo para beber. Ele estava agindo de forma estranha mas nada que me causasse preocupação”, declarou.

Mas TatorTot, o cachorro, viu que algo estranho estava acontecendo. O pit bull começou a latir e correr para trás e para frente entre o quarto da mãe e o quarto do menino. Cristin, a princípio, pensou que o cachorro talvez não tivesse gastado toda a sua energia durante o dia, quando ele havia sido levado ao parque para brincar e correr, mas o pit bull não iria desistir.

“Finalmente fui ver o meu filho”, disse Smith. “Ele estava quase sem respirar, TatorTot estava em sua cama, latindo e arranhando-o, lambendo seu rosto. Qualquer criança normal teria acordado. Ele não estava acordando”, disse.

O menino foi levado com urgência para o hospital, onde descobriu-se que seu açúcar no sangue estava perigosamente baixo. Apesar do resultado negativo para diabetes, os médicos ainda não têm certeza o que causou a hipoglicemia, mas uma coisa é certa: se o cão não estivesse ali, naquele momento, provavelmente o menino de 4 anos teria morrido.


O cão é um catalizador de amizades.
17 de Agosto de 2013

O cão, não bastasse ser o melhor amigo dos seres humanos, é um catalisador de amizades entre eles. Veja o caso dessa turma que costuma se encontrar na Redenção, em Porto Alegre: a atendente Ju Balverdü, 49 anos, que frequenta o local desde 1985 e tem o labrador Zoe, de quase seis anos, a arquiteta Letícia Paludo, 24 anos, dona do vira-lata Joey, de dois anos, e a nutricionista Ivana Goulart, 28 anos, com seu cocker Safira, quatro anos. 

Na tarde da última segunda-feira, elas resgatavam Zoe do lago do chafariz pela quinta vez, no mínimo. Zoe, que é de uma raça fascinada por água, voltava encharcado à terra firme, se aproximava e sacudia centenas de pingos na direção da turma, para depois voltar a mergulhar. 

Normal. Faz uns cinco anos que ele se joga no lago atrás de bolas e outros objetos atirados pela sua dona ou pelos amigos e amigas dela. Em uma dessas ocasiões, o labrador garantiu uma alta dose de respingos para Ivana ao se lançar no lago. O fato virou assunto para a nutricionista e para a dona de Zoe e fez brotar a amizade. 

— As amizades começam com perguntas como "que cachorro bonito, de quem é?" — conta Ju. 

Um pouco adiante, no trecho gramado do parque conhecido como cachorródromo, um cão cinza, amarrado a uma árvore, tornara-se uma espécie de ímã para outros animais e os donos deles naquela tarde. Rapidamente, a situação do weimaraner abandonado gerou uma intensa mobilização. As pessoas em volta trocaram números de celular e criaram planos para encontrar o proprietário do cachorro. Logo alguém lembrou que já tinha visto a dona dele. 

— Os cães são um fator de socialização bem forte — afirmou a funcionária pública Lucienne Barcellos, 55 anos, que participava das tratativas sobre o destino do weimaraner. 
 
Os mergulhos do labrador Zoe no lago do chafariz foram o ponto de partida para a amizade que nasceu entre sua dona e outros cachorreiros da Redenção
Foto: Adriana Franciosi


A mãe de Jack e o Seu Caramelo 

Não faltam casos parecidos com os dos donos de Zoe, Joey e Safira. Basta ir a algum parque com evidente presença canina para confirmar que os proprietários de cachorros têm sempre alguma história sobre laços que floresceram a partir dos mascotes. Ainda que os bichos costumem permanecer no centro das atenções. 

— A gente conhece um monte de pessoas aqui por causa dos cachorros, mas sabemos os nomes de poucos donos. É "oi, seu Caramelo", "oi, dona Chiquinha". Ou "essa é a mãe do Jack", "esse é o pai do Caramelo" — brinca o aposentado Claudio Moraes, 46 anos. 

Moraes se encontra há mais de um ano na Redenção com a cozinheira Cristina Souza, 42 anos, quando ela passeia com o enorme golden retriever Jack, de oito anos, e ele com o beagle Caramelo, de dois anos, e a poodle Chiquinha, três anos. 

Cristina é uma espécie de babá de Jack, que pertence a uma senhora. Trata dele desde o nascimento e passeia praticamente todos os dias. Claudio ganhou Chiquinha da filha e foi obrigado a comprar Caramelo para fazer companhia à poodle e evitar que a cadela se afundasse em depressão pela ausência da antiga dona. 

— Provavelmente foi em alguma conversa sobre os cães que eu conheci a mulher do Claudio e, depois, ele — disse a cozinheira, apontando para o amigo e para os três cães esparramados no gramado do parque. 

Calvin, o quebra-gelo de Gabriela 

Os bichos são um "quebra-gelo" que ajuda também na adaptação à vizinhança. Foi o que ocorreu com um casal nordestino que se mudou há três meses para Porto Alegre. 

Antes de deixar Fortaleza, no Ceará, o cachorro tão amado da advogada Gabriela Pessoa, 28 anos, morreu. A chegada à capital gaúcha, onde o marido de Gabriela, o médico Sávio, conseguiu um emprego, foi recheada de tristeza. Até que a advogada decidiu procurar um novo mascote. 

Em um site, descobriu um cãozinho brabo e abandonado chamado Calvin. O nome chamou a atenção porque ela é fã dos personagens de quadrinhos Calvin e Haroldo. Entrou em contato com a cuidadora do vira-lata, Andréia Braile. Foi a primeira amiga que conseguiu em Porto Alegre. 

— Mando fotos do Calvin para a Andréia pela internet. Sempre falo com ela sobre a adaptação dele — conta Gabriela, que leva Calvin para passear na Praça da Encol e avança, ela mesma, na adaptação à cidade. 

A professora Janete Weigel, 46 anos, e a dupla de shitsus Maya, um ano e meio, e Shiro, quatro anos, também aproveitam seguidamente o gramado da Praça da Encol. A família da professora — que se completa com o marido e dois filhos — deixou Santa Cruz do Sul e mora há cerca de três semanas na Rua Passo da Pátria. 

Ainda sem muitas amizades na região, ela sente que os cães serão um meio de criar laços na Capital. Já descobriu os horários em que o pessoal passeia com os cachorros na praça e tenta fazer os primeiros contatos: 

— Passou uma menina há pouco com um cão pequeno e a gente se olhou, olhou para os cachorros. A raça do cachorro normalmente começa o assunto. É assim que surge uma possibilidade de se aproximar. 

De guardas a membros da família 

A função dos cães mudou com o passar do tempo. Antes tidos como guardas de casa, hoje os cachorros estão mais para companheiros. Para alguns, são considerados membros da família, o que é explicável em um país com tendência a ter um número cada vez menor de filhos por mulher. 

Psicóloga e pet terapeuta, Karina Schutz considera o cão um intermediário entre as pessoas. Nas terapias, ela utiliza animais para incentivar gente com dificuldade de socialização a se relacionar com outras pessoas. Karina compara que é mais fácil uma aproximação por meio dos bichos do que entre duas mães que passeiam com bebês em seus carrinhos: 

— Os cães vão se cheirar e os donos acabarão parando para conversar. O animal atrai isso. As pessoas depositam esse afeto porque os bichos vão ficar pelo resto da vida do lado delas. Já os filhos saem de casa, acabam fazendo a vida deles. Isso explica, por exemplo, o quanto uma mãe se apega aos animais. É a síndrome do ninho vazio. 

A própria Karina fez amigos a partir do seu pastor branco Phantom, de dois anos e meio. Frequentadora do Parque Germânia, criou no Facebook os grupos Aumigos do Germânia e Vips dos Aumigos — o "au" é uma referência óbvia. Os grupos contam com 169 e 35 membros. 

—O animal é um ativador comportamental. Se a pessoa é inibida, só de sair para a rua para passear com um cachorro e alguém fazer um carinho nele já a estimula — define.


American Bully e American Staffordshire Terrier?
15 de Agosto de 2013

American Styaffordshire ou American Bully? 

Uma realidade é o american staffordshire terrier e outra o american bully. Um é um atleta e pleno de saude. O outro pode apresentar certas limitações quando é muito abulldogado. O AST tem uma estrutura osteomuscular lapidada por gerações que o torna único. Outro é uma concepção recente em que foram usados americans, pitbulls, bulldogs e talvez alguma outra raça. Ele não é nem um american e nem um bulldog. O bully chama a atenção por apresentar uma cabeça avantajada e possuir uma ossatura grossa. Parece um Mike Tyson. Mas essa conformação pode ser obtida num american mas guardando proporções mais equilibradas. Sabemos que um dos problemas do bulldog é a incapacidade de realizar atividades físicas intensas. Num dia quente ele fica dispneico, ronca e pode morrer se passar por um esforço. Até para cruzar pode sofrer um ataque. Introduzir essas limitações para um american com a intenção de aumentar a proporção da cabeça gerando também comumente problemas nos aprumos, articulações e constituição não me parece uma decisaõ inteligente.

É notório que esses cruzamentos são de intenção comercial para encantar os olhos em detrimento da funcionalidade e saúde. Encontramos linhas de sangue diferentes de american bully. Já vi muitos bullys mais fracos do que alguns dos meus americans. Alguns bullys são mais bonitos e proporcionais. É uma raça nova, ainda não reconhecida pela FCI e com muita disparidade. Com o tempo ela poderá se "ajeitar" e talvez se consiga um padrão sem os impedimentos que relatei. Eu prefiro um American Staffordshire Terrier ou um Bulldog Inglês. São duas concepções diferentes. Tenho muitos americans de muita estrutura e prefiro um atleta do que um alterofilista. Mas existem os que se encantam com a superfície mais do que o conteúdo. Ou com o exagero das formas. O AST é um produto de um século de seleção. O bully é um neófito na cinofilia.


Gostaria de uma ajuda!
18 de Maio de 2013

Nome: GABRIELA
Cidade: RJ

Mensagem: BOA NOITE MEU NOME E GABRIELA, GOSTARIA DE UMA AJUDA : TENHO UMA AMERICA STAFFORSHIRE CINZA E VENHO LUTANDO HA MESES C A VETERINARIA SEM SOLUÇAO NO MOMENTO.A MAE DELA FALECEU HA 1 ANO COM AVC ,ELA POREM N TEVE NENHUMA CONVULÇAO(Q EU TENHA VISTO OU NOTADO) , MAS TEM LETARGIA, FALTA DE EQUILIBRIO, SEMPRE ARREPIADA ,EMAGRECEU, TRISTE,CABEÇA BAIXA (NA MAIORIA DAS VEZES), FALTA DE APETITE( AS VEZES).EXAMES DE SANGUE FORAM FEITOS .N TEM ANEMIA NEM BABESIA,TIROIDE UM POUCO BAIXA.JA TOMOU VARIOS REMEDIOS COMO PREDINISONA , CEFALEXINA.NO MOMENTO ESTA TOMANDO REVIMAX E LEVOREXITINA.PARECE Q TEREI Q FAZER UMA TOMOGRAFIA(SENDO Q ESSE EXAME E MUITO CARO,E N SE SABE SE TERA ALGUMA RESPOSTA TBM, P VER O Q HA REALMENTE, SE HA UM TUMOR OU OUTRA COISA.ELA SO FICA UM POUCO FELIZ QUANDO LEVO NA RUA , DEPOIS VOLTA TUDO DE NOVO. GOSTARIA DE SABER SE HA ALGUM HISTORICO DE DOENÇAS SOBRE ESSA RAÇA 

 

RESPOSTA:

Boa tarde Gabriela!

Pelo que entendi da tua pergunta seria se já vi algum caso assim com algum american. Minha resposta seria não. Várias patologias poderiam levar a um quadro semelhante. A possibilidade de neoplasia em algum órgão poderia levar a esse quadro. Uma doença infecciosa crônica também poderia evoluir assim. Patologias neurológicas que levem a ataxia e também doenças neurodegenerativas também podem criar esse quadro. Deves continuar a investigação junto ao teu veterinário com exames subsidiários até encontrares a etiologia. Enalteço a tua atitude pois muitas pessoas por razões menores sacrificam o animal. Apesar do exame ter sido negativo para Babesia creio que deva ser considerada essa possibilidade ou infecção por outro protozoário. Eu, na dúvida, talvez até tratasse fazendo um teste terapêutico. Mas essa decisão deve ser tomada pelo seu veterinário e eu, a distância, não estaria autorizado a recomendar nenhum tratamento pois minha visão está sendo incompleta.

O caso da tua fêmea não parece ter relação com a mãe. A menos que essa tivesse uma patologia neurológica que fosse geneticamente transmitida, o que creio ser difícil. Complementando, no meu plantel, nesses vinte anos criando e selecionando, talvez até por sorte, excetuando neoplasia de mama que já ocorreu em 3 fêmeas, não tenho visto patologias graves. É possível que tenha ocorrido em algum american que enviei pois, todo o cão terá, como o ser humano, uma doença que o levará a morte se for incurável ou se não for tratada. O AST, via de regra é um cão rústico, forte e resistente. Quando algo o abate é de se levar muito a sério.
Boa sorte e me de notícias!

 

Nelson Filippini Almeida


Uma história de amor!
21 de Janeiro de 2013

Preto já está velho. Tem o olhar cabisbaixo, o andar arrastado. Dos dentes caninos, restou-lhe apenas um. Com seu lombo comprido e gordo, vagou por um tempo na ruas de Imbé, no Litoral Norte, depois que o dono fechou o comércio e foi embora.

Assim que os olhos verdes de Claudete Santos Mendes, 59 anos, avistaram a amargura do cão, recolheu-o para sua casa. Lá se vão quatro verões. O cachorro não tem raça definida, embora pareça muito com labrador. Toda a sua determinação, no entanto, está na forma como escolhe o seu dono. Dizem que cachorro elege apenas um para chamar de seu. Com Preto não foi assim. Tem adoração pela mulher que lhe deu um teto, mas escolheu se doar a três militares: os soldados Gustavo Cabeleira, 24 anos, e Ricardo Simas da Silveira, 34 anos, e o sargento Juares Matias, 45 anos.

Além de serem salva-vidas, os três guardam em comum um imenso amor pelos pets. Habituados a se hospedarem na casa de Claudete, os profissionais costumam dizer que não foram eles que escolheram Preto, mas, sim, o contrário.

É que desde a adoção, o bicho tira serviço na Operação Golfinho. Sai de casa minutos antes das 8h30min e só volta a descansar no final da tarde, quando o trio para de zelar pela diversão dos banhistas.

Mas nem sempre Preto vai sozinho. Tem Branca como companheira, uma cadela sapeca que se contorce por um carinho na barriga.

A rotina durante a temporada é seguida à risca e nem o mau tempo é capaz de deixar o cachorro em casa. Preto já calcula o horário que os amigos saem. Antes que despontem na porta, monta guarda no portão. Com andar cansado, acompanha o grupo por duas quadras até a guarita 136 na beira-mar. Só não balança o rabo porque não o tem. 




Para os salva-vidas, que deixam as famílias para servir ao veraneio, a presença do Preto é uma benção:

— Cada latido é como se fosse um sorriso que a gente recebe — complementa o sargento.

Na casa de Claudete, vivem quatro cachorros com todas as mordomias possíveis. Assistem à TV com ela e com os salva-vidas na sala, têm ração à vontade e dormem em uma caminha confortável. Isso quando não decidem pular para a cama dos seus melhores amigos. Preto foi o primeiro a entrar na rotina militar.

Apesar de observar as técnicas dos experientes protetores dos turistas, Preto nunca invadiu as ondas para ajudar no salvamento. Contribui apenas em melhorar o astral dos guardiões.

Quando é verão, Preto é só felicidade. Dificilmente os três tiram serviço ao mesmo tempo. Acontece muito de um deles retornar para a cidade onde moram ou cada um dos amigos estarem em turnos inversos, como nesta semana, mas sempre tem um por perto. É só quando se encerra a Golfinho que o olhar já murcho de Preto mingua ainda mais.

— O Preto fica triste, agitado. Corre para baixo da guarita e se esconde lá. Já teve dias que tive de ir levar água para ele. Dá dó — lamenta Claudete.

O vazio só é preenchido a cada novembro, quando os amigos retornam e a faceirice de Preto também.

 

Amizade já deu o que falar

Como os ocupantes da casinha também são responsáveis por cuidar da Barra do Rio Tramandaí, assim que chega à praia, o cachorro caminha pelo calçadão acompanhando um dos três até as pedras — prudência adotada pelos salva-vidas, para evitar burburinho dos usuários. O cão fica ali brincando e recebe afagos. Daqui a pouco se some. Na hora da rendição dos turnos, no intervalo do meio-dia, reaparece na guarita para levar o pessoal da manhã embora. Refresca-se e se alimenta na casa da Claudete e na hora do segundo grupo ir trabalhar, pouco antes das 13h, retoma o caminho do portão.

— Pode ser que a farda, colorida, chame a atenção e ele queira andar perto da gente. Mas desconfio mesmo que seja pelo amor e carinho que damos para ele. Agora, o engraçado é como ele conhece os nossos horários — diz o sargento Matias.

Tamanho amor é levado ao extremo. Por causa da antiga polêmica de proibir a permanência de animais na beira da praia, alguns dos homens do mar já arrumaram briga nas redondezas. Um quiosqueiro, certa feita, jogou um rojão para espantar o bicho. Foram tirar satisfação. Encontraram uma forma amigável de resolver o problema.

— É claro que a gente sabe que não pode trazer bicho para a beira. Nós não o trazemos. Ele é como tantos outros cachorros de rua que ficam soltos aqui durante todo o inverno e ninguém faz nada. Agora, quando chega o verão, vamos prender todos? Não tem como — adverte o soldado Gustavo.

Os rapazes até que tentaram conter o bicho no pátio de Claudete. Com frequência, engambelam Preto e Branca e fecham o portão sem que eles saiam. Os danados ficam de prontidão esperando os primeiros distraídos saírem de casa e tomam novamente o rumo da praia.

— Nunca imaginei que encontraria uma amizade assim — diz o sargento Matias, enquanto caminha ao lado de Preto para iniciar a sua tarde na orla.


Manchete nos jornais!
09 de Janeiro de 2013

Menino mordido por cão em Torres está em estado regular.

Após ser mordido por um cachorro da raça Collie na tarde de terça-feira em Torres e levado à Capital em uma aeronave da Brigada Militar, Pietro Jobim Pastorini de Sousa Borges, quatro anos, está na Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrica (UTI) do Hospital de Pronto-Socorro (HPS).

O menino foi mordido enquanto brincava com os cachorros do haras de seus avós em Praia Real, cerca de 10 quilômetros do centro de Torres, no Litoral Norte. Após o ataque, Pietro recebeu os primeiros socorros no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. 

O  Batalhão de Aviação da Brigada Militar foi acionado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Pietro foi levado ao HPS Porto Alegre. Ainda na noite de terça-feira, o menino foi submetido a uma cirurgia na traqueia.

 

ZERO HORA (09.01.2013)

 

Palavras do criador: eu coloquei essa manchete apenas para mostrar que qualquer cão pode morder, inclusive um collie tido como um animal para pastoreio e convívio dócil com crianças. Minha intenção é alertar que se esse ataque tivesse ocorrido com uma outra das raças perseguidas pela mídia sensacionalista seria mais uma prova que a determinada raça (pitbull por exemplo) seria assassina e perigosa. Mas todas as raças mordem quando as condições são adversas na educação e no potencial genético do cão. Por isso é fundamental a aquisição de um cão de procedencia muito séria. Isso vale para todas as raças. Importante é saber que para cada raça existe uma pessoa certa.

 

Nelson Filippini Almeida


Como nasce uma criação!
09 de Outubro de 2012

Quando falamos de nossos sonhos ou de nossa realidade apenas nós sabemos, com certeza, se isso é real. Mas quem nos escuta olhando nos olhos ou quem acredita nos nossos relatos baseando-se numa intuição ou certa coerência percebe quando somos verdadeiros. Vamos construindo nosso nome com o tempo e o nosso trabalho vai consolidando-se pela perseverança no bem. Mas poucos sabem de certos detalhes. Vou relatar algo que existe dentro de mim que deu origem ao fato de estar criando há tantos anos.

Vou começar pela minha infância. Quando eu tinha dois anos de idade meu pai nos deixou. Tinha vontade de tentar a vida nos USA. Ele estava quase terminando a faculdade que mais tarde completou e se tornou professor. Mas naquela época a sua inquietude e desejo de buscar novos horizontes o fez ir para outro pais buscar uma sorte melhor. Meu avô materno assumiu a função de pai e por ser empresário em Caxias do Sul nunca nos deixou faltar nada. Fiquei tres anos sem ver meu pai. Quando completei cinco anos meu pai nos chamou pois sentia-se em condições mais estáveis. Lembro dele levantar a minha mãe no ar e girar de alegria no aeroporto de Baltimore. Ele se aproximou de mim, ajoelhou-se e me abraçou. Nunca esquecerei daquela cena. Ficamos lá tres anos. Meu pai trabalhou em muitas tarefas árduas mas venceu pela perseverança. Viveu seis anos nos USA e, na volta se tornou um grande professor de ingles e estava completando um livro didático quando faleceu, aos 56 anos, de infarto. Trabalhava nos tres turnos. Eu fiz respiração boca a boca nele mas não consegui reanimá-lo. Tragédia que não penso.

Pouco tempo depois que estávamos nos USA ele me deu um cachorrinho de presente. Morreu poucos dias depois. Parece que tinha muitos vermes. Chorei muito e não quiseram me dar outro para substituir. O tempo foi passando e ficou dentro de mim a impossibilidade de ter um cachorrinho pois nunca deixaram eu ter pela idéia de que faria sujeira. Minha mãe era obssessiva por limpeza.

O tempo passou e nunca tive um cão pois meus pais não desejavam um animal num apartamento. Naturalmente pela sujeira teórica que poderia fazer. O tempo passou e, quando completei a idade madura fiquei aguardando o momento de morar numa casa para ter vários cães. Minha paixão por criação estava encubando.  Qualquer animalzinho que eu tivesse eu teria que acasalar. Meu primeiro canário se chamava Zé Pastel. Tive que adquirir uma fêmea que ficou sendo a Folha e depois a Nuvem. Enquanto não vi filhotinhos deles não parei. Levei no meu quarto a gaiola para cuidar dos ovinhos. Levava contra a luz para saber se estavam galados. Foi uma festa ver os primeiros canarinhos. Como morei com meus avós na época da faculdade e meu nôno italiano gostava de passarinhos ele me deixou fazer essas loucuras. Mais tarde, já casado eu tinha uns dez casais de canários e comecei a criar. Minha mulher naquela época, do meu primeiro casamento, me alertou que não cuidaria. Acordava cedo, antes de ir para o hospital e me dava trabalho aqueles canários cheios de filhotes. Eu adorava ver filhotes. Comecei a levar em exposições. Notei no ambiente de exposições aqueles que ostentavam serem os maiorais. Os juizes de canários plenos de autoridade como se fossem do Tribunal Federal. Hoje quando vejo alguns juizes na cinofilia percebo que só mudou o animal a ser julgado e os criadores da mesma forma apenas trocaram de animal. Bem, mas esse não é o foco de minha divagação no momento.

Um dia cansei de tanta função e vendi todos os canários ao mesmo tempo. Não era bem canários que eu queria. Comprei um Hamster que denominei de Michey e outro de Taquito. O Taquito subiu numa cortina e lá de cima caiu. Ficou paralítico e nunca mais esqueci. O Mickey cruzou com a Minnie e deu belos filhotinhos. Fiz outros cruzamentos e doei muitos hamsters. Alguns fugiam. Encontrei um na casa de um vizinho que gritou: um rato!!!

Tive sempre uma característica de querer ter filhotes. Quando casei já falava com minha mulher: quando vamos ter filhos? Ela dizia: calma, não quero falar sobre isso agora. Agora tenho cinco filhoes e teria mais.

Quando eu há muitos anos atrás adquiri um Rottweiler já pensei em formar um casal. Não consigo ver um ser vivo sozinho. Se dependesse de mim seria difícil um controle de natalidade. Não tive sossego enquanto não formei um casal. Assim surgiu a Asta, a Bella, a Dara, a Perla e assim por diante. 

Um dia descobri minha paixão por uma raça específica. Visitei um criador de Porto Alegre que era o melhor no Brasil. Só existia ele praticamente e mais uns dois ou tres. Mas eram criadores de meia dúzia de cães. A criação estava nos seus primórdios no Brasil. Acabei com minha criação de Rottweilers no meomento que percebi que encontrara a raça da minha vida. 

Não parei mais de fazer acasalamentos e estudar as possibilidades. O meu ímpeto obssessivo tornou-se sério, profissional e responsável. Os filhotes gerados indo para tantas pessoas e famílias passou a ser uma realidade alegre e edificante. Um cão pode mudar a vida de uma pessoa e a sua falta pode resultar num trauma como me aconteceu com seis anos de idade. Fico carente quando não vejo filhotes e por isso estou sempre pensando nas múltiplas possibilidades de cruzamentos. Tenho um plantel enorme. Quando uma pessoa fala e sei que alguns comentam que existe um interesse comercial ao cruzar bastante não imaginam a injustiça que cometem. Eu fico doente se não vejo filhotes. Mas não é por dinheiro. Por isso comecei meu relato dizendo que as pessoas por alguns motivos sentem quando existe verdade num relato. Contei parte de mimha história para que entendessem o motor que move muito do que faço em termos de criação. Existe uma paixão ao criar. Um desejo recôndito que transcende a ganância ou os valores materiais. Nada me impediria de ter apenas um interesse comercial. Isso não é pecado. Significaria apenas que eu seria um bom e bem sucedido comerciante de cães. Afinal eu sou o criador que mais enviou americans pelo Brasil afora. Mas não é o caso. Eu poderia ter o mesmo número de filhotes com menos matrizes e padreadores. Mas existe o desejo de possibilitar variantes e uma qualidade renovável. Os planos de acasalamentos e o material que importei visam qualidade, novas possibilidades, diferentes fenótipos mas mantendo a base conquistada. Num ambiente tão competitivo é um desafio manter a chama e prosseguir visando o melhor. Mas é uma conquista advinda da paixão que se tornou amor e, como o amor exige compreensão surge o conhecimento e a sabedoria. 

Quando amamos seguimos um caminho na vida. Erramos e acertamos. Caimos e levantamos. Mas temos metas. Como um alpinista que deseja alcançar um cume. Ele pode tombar num momento e vislumbrar uma tempestade que o obriga a recuar na jornada. Mas se ele realmente possui paixão e perseverança não desiste e acaba alcançando o topo.

Paixão, amor, sabedoria e perseverança não se compram.


A amizade canina - Scooby ainda aguarda...
05 de Outubro de 2012

Cachorro tornou-se guardião do carrinho utilizado pelo papeleiro Carlos Miguel dos Santos, que morreu queimado na Serra

 

Fiel amigo do papeleiro Carlos Miguel dos Santos, 45 anos, o cachorro Scooby ainda espera em vão pela volta do dono em Caxias do Sul, na Serra. O cão vive em uma empresa de reciclagem, onde virou guardião do carrinho usado pelo papeleiro, morto há duas semanas vítima de incêndio criminoso.

Conforme o reciclador Lucas de Jesus Pereira Lemos, 23 anos, o carrinho pertencia à empresa onde Carlos Miguel entregava material reciclável. Quando os funcionários souberam da tragédia, buscaram o equipamento. Scooby foi atrás. Há duas semanas, o animal passa o tempo deitado ao lado da carroça.

– Quando o carrinho é guardado, ele vai junto – conta a mulher de Lemos, Patrícia Grafe Vargas, 21 anos.

A exceção é quando Scooby acompanha outro reciclador. Mas depois o cachorro retorna para perto do carrinho. Lemos conta que o cão andava com o papeleiro há cerca de dois anos, desde quando era filhote.

Carlos Miguel teve a barraca onde dormia incendiada na noite de 21 de setembro. Quatro adolescentes, entre 13 e 15 anos, confessaram ter ateado fogo no papeleiro e foram internados no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) por ordem da Justiça.

ANDRÉ FIEDLER - Pioneiro

 

A maldição dos pedigrees!
20 de Setembro de 2012

O mundo evolui porque os homens aperfeiçoam seus métodos?

 

Muitas vezes sim. Mas estamos cheios de exemplos de que as coisas nesse planeta não funcionam bem porque mudaram para pior a forma como o sistema operacional passou a operar. Como exemplo eu citaria uma decisão que ocorreu na CBKC que originou aquilo que eu chamaria de " a maldição dos pedigrees"!

Pelo que me informaram essa transformação para pior ocorreu devido a certas irrgularidades que estavam acontecendo em certos kennels. Mas, certamente, seria possivel buscar-se uma solução sem corromper o que estava ótimo.

Houve um tempo, há anos atrás, em que um criador, ao registrar a sua ninhada ele recebia uma tarjeta. Cada filhote registrado tinha a sua tarjeta. Ela era entregue no dia ou no dia seguinte. Isso era muito bom para ser verdade. O criador pegava a tarjeta e ao entregar o filhote o comprador já sabia os dados dos pais do filhote e também o numero de registro para inscrever numa exposição. Como o registro já havia sido pago por mim eu não me preocupava mais com o pedigree pois o comprador pegaria essa tarjeta e iria até o kennel de sua região retirar o pedigree. Não havia a necessidade de enviar depois por carta. Eu não teria que me estressar com o correio se ele entregou ou não o documento e o sistema era fácil, rápido e eficiente. Bem, até que um dia resolveram mudar acabando com as tarjetas e a possibilidade do comprador retirar o seu pedigree. Apenas o criador passou a poder retirar o pedigree. Como o envio desse documento demora 45 dias em média e muitas vezes aguardamos até o último filhote ser entregue para dar tempo na escolha dos nomes ficamos refens do sistema. Que maravilha. Não bastasse isso existe algo que considero o absurdo dos absurdos. Eu pago próximo de R$ 40,00 por cada filhote registrado. Muito bem, isso é para manter o grande sistema lubrificado. Tudo bem. Mas esse pedigree que chega vem em meu nome. Eu não posso colocar para vir em nome daquela pessoa que adquiriu o filhote. Que maravilha. Isso significa que a pessoa que adquiri tem que passar para o nome dela depois. Tem que entregar aquele pedigree novinho para receber outro igual mas com seu nome como proprietário. Essa passagem deveria ser gratuita pois eu já paguei pelo pedigree. Pois não é que cobram novamente como se fosse o mesmo registro? Isso significa que numa ninhada de 8 filhotes que paguei R$ 320,00 para registrar haverá novamente a cobrança e essa ninhada se transformou, por um passe de mágica em R$ 640,00. Considerando o número de ninhadas que são registradas por ano em todo o Brasil imaginem o que se opera e as vantagens de se manter o sistema como está. E ase o pedigree for perdido pelo correio? Basta pedir uma 2a via e pagar novamente. Algum sócio é consultado sobre essas decisões? Nunca! Na verdade os sócios não são consultados para nada. A finalidade dos sócios é pagar as anuidades e mensalidades.

Mas tenho outra fantástica realidade para relatar. O controle das ninhadas. Para registrar uma ninhada é preciso entregar também uma nota de acasalamento. Um aviso de que aquele casal cruzou na data relatada. Só que o kennel permite que esse relato seja entregue junto com o registro da ninhada. Ou seja, qual o gênio que me explica a necessidade do aviso todo preenchido com dados e mais dados se o fato já ocorreu há meses. Esse aviso na verdade nunca teria finalidade importante. Mas se tivesse deveria ocorrer na hora. Isso é o mesmo que alguém avisar no cartório de registro de nascimentos: eu me relacionei sexualmente com minha mulher no dia 5 de janeiro de 2005, nove meses antes desse nascimento. O funcionário do cartório te consideraria um imbecil. No kennel dizem que isso é ordem da CBKC. E se eu não avisar que os cães cruzaram há 2 meses atrás? Não se pode registrar a ninhada. Nesse caso aqueles filhoptes seriam obra do Espírito Santo ou, mas provavelmente de uma invasão de gametas vindas de outra dimensão paralela ou planeta que teria abduzido os teus cães. Portanto ficariam sem registro. O que importa é o registro do teu filho! Quem criou esse formulário e a necessidade de preenche-lo é um gênio ao avesso. Houve época em que para registrar uma ninhada era necessária a verificação de um veterinário que assinava o OK. Pararam de exigir esse controle. Substituiram esse controle que também não funcionava por papéis que são driblados. Burocracias inúteis, vazias e que são até ridículas.

Em outras palavras, tu podes pegar um cão que esteja passeando no meio da rua e convidá-lo para cruzar com a sua fêmea que está num cio desesperador, levantando o rabo até para as vassoras que passam. Como o seu macho morreu mas, por sorte, guardastes contigo o pedigree numa gaveta empoeirada pelo tempo, poderás ressuscitá-lo. Não será necessário muita fé e nem chamares um paranormal. Cruze com esse João Ninguém destituido de fama. Espere nascerem os filhotes e te dirija até o kennel com esse pedigree do morto e o pedigree da tua fêmea. Registre a ninhada em nome do morto saudoso e esquecido. O kennel parte do princípio que és honesto e, como todos os brasileiros são honestos, não existe problema algum. Mais tarde, como o macho que escolhestes era um vira-lata meio parecido com a tua raça e nasceu um filhote que é a cara da mãe resolves inscreve-lo numa exposição. Não é que o juíz gostou do teu vira lata e deu a raça para êle?

O pedigree, na forma como ele tem sido entregue é, como a testemunha, a maior prostituta das provas. Pedigrees são trocados, aquecidos e tudo se fala a respeito. Por isso, na dúvida, exijam um DNA. Mas entreguem o cão correto para fazer o exame. Os desonestos dizem ser honestos e os verdadeiros honestos oferecem seus cães para análise. DE toda a maneira eu não estou nesse artigo querendo julgar os outros pois se alguém erra mas o sistema permite a sociedade é conivente. O problema do pedigree começa na sua origem e termina das mais variadas maneiras. 

Embora eu tenha relatado de forma hilária, tudo o que escrevi em termos de denúncia é uma realidade. A falácia do sitema permite que se cometam as mais absurdas realidades, inclusive essa que ficticiamente e jocosamente sugeri. Muito mais acontece nesse mundo da cinofilia. Só que as pessoas tem medo de denunciar. Primeiro porque não adianta nada e segundo porque tem medo de eventuais consequências pois só existe um órgão cinófilo e dependemos do mesmo. 

Talvez algo um dia aconteça que revolucione a cinofilia para melhor. Mas isso só aconteceria se ocorressem eleições frequentes e com candidatos novos e capazes. Aerificar os comandos pode dar a oportunidade de surgirem verdadeiros administradores competentes em qualquer área humana. O vício dos sistemas é a perpetuação que cria engrenagens viciadas e muitas vezes perigosas e injustas. Uma revolução exige líderes plenos de ideais e inflados por sonhos, as quimeras e excelcitudes de um mundo melhor.

Um sistema monopolizante e hierárquico que perpetua injustiças, não escutando os membros que o sustentam e que fica insensívelvelmente julgando estar correto está com as mãos dadas para o fascismo. Eu tenho esperanças que um dia isso mude para melhor. Seria uma evolução! Os homens as vezes evoluem. Porque não a cinofilia?


Exposições - algumas dicas para iniciantes.
12 de Setembro de 2012

EXPOSIÇÕES - aspectos importantes que deves saber ao começares.

 

Talvez já tenhas te perguntado sobre como poderias levar o teu american ou outro cão em uma exposição. É fácil! Basta teres um cão, de qualquer raça que possua o documento de procedência, o seu registro junto à CBKC que é  o órgão brasileiro filiado à FCI (Federação Cinológica Internacional).  Esse documento se chama pedigree. Nesse pedigree aparece o nome dos pais, dos avós e dos bisavós por parte de pai e de mãe do cão que desejas inscrever.

O pedigree é um documento que o criador deve te fornecer e que propicia várias vantagens para ti. Para registrar uma ninhada será preciso o pedigree do pai e da mãe e sem esse documento não será possível registrar nenhuma ninhada de seu cão. A menos que providencies junto ao kennel um chamado Registro Inicial mas esse documento, quando fornecido não mostrará a árvore genealógica e isso desvalorizará muito o seu exemplar.

Como inscrever o seu cão?  De posse do pedigree podemos fazer a inscrição numa dessas exposições. Em várias capitais do país teremos exposições durante o ano.  Em cada fim de semana temos exposições em alguma cidade, até mesmo no msmo dia mas em localidades diferentes. Pode estar ocorrendo uma exposição em São Paulo e outra em Recife ao mesmo tempo. Entre na internet e pesquise no site da CBKC ou no site do dogshow para saber o calendário das exposições.  Ou entre em contato com o kennel club de sua cidade ou da capital de seu estado para saber quando ocorrerá uma exposição.

Como inscrevo na exposição?  Existe uma data limite para fazer a inscrição para aquela exposição. Deves enviar um fax ou passar um e-mail com o pedigree do cão para o kennel. Conforme  a idade do cão ele entra numa classe que pode ser Novíssimo, Filhote, Jovem, Classe Aberta, Campeonato, enfim, não se preocupe com isso agora. Primeiro seu cão deve estar preparado para participar e nesse momento entra a figura do handler. O handler é uma pessoa que apresenta o cão numa exposição. Ele treina para que ele se saia o melhor possível nas pistas que irá desfilar. Na verdade é um desfile em que um juiz observa e escolhe aquele que mais gosta nas várias etapas da exposição. Um bom handler pode fazer o seu cão vencer mais do que um handler inexperiente. Para iniciar em exposições pergunte para um criador de confiança qual o handler que recomenda ou vá até uma exposição como curioso e faça algumas amizades e descubra um que lhe agrade no contato pessoal. Uma empatia com o handler é importante.

É de graça e ganha alguma coisa vencer? Infelizmente não! A brincadeira é onerosa. Para participar devemos pagar um valor de inscrição. O handler que apresenta o seu cão cobra também pelo seu serviço e se a cidade for distante gastas com o transporte do animal e de despesas que o handler terá. Se o handler viajar com mais cães existe um rateio das despesas o que torna um pouco mais acessível. Quanto mais distante for a cidade maior a despesa. Podes pagar o handler por cada exposição que ele apresentar o seu cão ou pag ar um valor mensal para que se dedique mais para seu cão. Isso é combinado com cada handler em particular e os valores diferem conforme  fama do profissional.

É preciso que o handler apresente o meu cão? Eu não posso eu mesmo apresentar? Pode sim! Mas terás que aprender através da experiência e nesse caso seria interessante que aprendesses com um handler que se dispusesse a ensiná-lo. Até existe curso para essa atividade. Um dono curioso e dedicado por de se tornar um bom handler e apresentar os seus cães por hobbie. Mas geralmente não consegue obter os mesmos resultados que os handlers profissionais, principalmente para resultados mais ambiciosos.

Vale a pena levar o meu cão em exposições? A melhor maneira de saber é levando em algumas para observar os seus resultados e existem exposições especializadas de cada raça onde o juiz faz uma súmula analisando cada aspecto do cão. É dada uma nota e esse parecer é importante para avaliarmos o nosso cão. Mas um criador e/ou um handler experiente podem nos dizer, de antemão, antes de investirmos, se o cão é promissor ou não.

O que analisar? Primeiro as características físicas ou do fenótipo. Cada raça tem o seu padrão e a relação de faltas leves e graves. Um cão com faltas graves não deve participar de exposições pois não vale a pena já que será desclassificado ou perderá muito e nesse caso não compensa. Se tiver faltas leves mas virtudes que o destaquem e compensem essas faltas então vale a pena experimentar. Se a visão geral do cão for favorável em termos físicos vem o segundo ítem fundamental que seria a capacidade de se apresentar bem, ou desfilar. Essa virtude exige a graça do cão, a vivacidade, a alegria em participar da festa. Uma parte é inata ao cão e outra do treinamento. Se o cão for vivaz em excesso é mais fácil dosar e treiná-lo para se comportar bem mas se for parado, tímido e se achar desconfortável com uma guia no pescoço ou baixar a cabeça ficará muito difícil torná-lo um show. É mais fácil um cão feio ganhar do que um bonito que se apresenta mal.

Como saber se um filhote será um cão para exposição? O criador terá uma posição proporcional à idade do cão. Quanto mais novo for o cão mais difícil de se fazer um prognóstico. Dizer que um filhotinho de 40 dias será um vencedor é o mesmo que afirmar que uma criança de um ano de idade será uma estrela nas passarelas. Temos uma projeção de possibilidades por alguns aspectos iniciais da análise do filhote e do conhecimento que temos dos pais mas na medida que o filhote cresce poderão surgir defeitos que naquela fase não existiam. Isso é culpa do criador? Não! Todo o criador preferiria ter um domínio da natureza e uma bola de cristal para afirmar com segurança absoluta mas isso é impossível. Quem cria sabe disso,

Se compro um filhote para exposição e ele depois apresenta um defeito eu deveria receber meu dinheiro de volta ou ganhar outro cão? Eu creio que não pois um filhote é um risco. Ele não deveria ser oferecido como sendo de exposição. Do mesmo modo que se o filhote que adquirires tenha um sucesso fantástico e se torne o cão mais premiado do mundo não irás procurar o criador para oferecer um valor maior para compensá-lo de teres adquirido uma jóia extremamente valiosa. O inverso é verdadeiro pois o criador não possui poder sobre a evolução desse filhote. Se desejas garantia adquira um cão mais crescido e que já esteja formado no aspecto físico e de temperamento. De preferência que tenha já participado de exposições. Quando o filhote já trocou a mordedura pela definitiva podemos avaliar se a mordedura é correta pois aos quatro meses na troca da mesma e até mais adiante com o crescimento mais acelerado da mandíbula poderá haver uma incorreção que tornará desqualificante para exposições.

Levar em exposições pode ser um hobbie prazeiroso ou uma neurose alimentada pela vaidade. O meio cinófilo e bastante patológico e um terreno onde Freud se deliciaria em analisar pois veria muitas de suas teorias encontar eco. Depois que levares o seu cão em algumas exposições será difícil que perpetues esse intento por muito tempo. Verás injustiças, juízes avaliando mal, cães mais bonitos perdendo porque não desfilaram bem e outros que desfilaram bem e perderam porque o handler é conhecido. Ficarás sabendo que o juíz decidiu por um cão que por coincidência seria de propriedade do criador ou criadora que recepcionou o juiz no aeroporto e o convidou para aquela competição. Verás tanto e sentirás tristeza por teres investido dinheiro, tempo e emoção por nada.  A maioria das pessoas que vi nesses vinte anos sentiram ou passaram por isso e suas alegrias quando existiram foram efêmeras. Geralmente vemos os mesmos participando desse circo que é um palco de vaidades em que os espertos vencem e os palhaços são os que pagam para serem ludibriados ou iludidos. Para que o seu cão vença bastante é preciso que seja ótimo e bem apresentado e que haja perseverança para que adquira experiência e naturalidade nas apresentações e que se torne conhecido dos juízes que mais facilmente os elegerá. A melhor maneira de saber como tudo isso funciona é participar na prática desses eventos e tirar as próprias conclusões.

O cão que vai pontuando nas exposições irá conquistando titulações e assim pode se tornar um Campeão ou um Grande Campeão por exemplo. Os títulos obtidos devem ser homologados junto ao kennel que os envia para a CBKC. Assim o título se torna oficial e quando registrares uma ninhada, no pedigree dos filhotes aparecerá que o pai é um Campeão por exemplo. Esse investimento em exposições qualifica a prole pois temos um parâmetro de qualidade. Um cão pode ser maravilhoso mas não desfilar bem o que não significa que ele não seja ótimo. Vemos mulheres lindas no shopping passeando que não sabem se comportar bem numa passarela. Isso não significa que não sejam maravilhosas ou mais bonitas do que muitas top models.

As exposições geralmente são compostas de duas ou tres pistas. Em cada pista um juiz julga. Todas as raças inscritas desfilam primeiramente separadas por raça e depois por grupo. São 12 grupos e em cada grupo temos as raças específicas daquele grupo. Se seu cão vencer a sua raça irá disputar o grupo e se vencer o grupo irá para o final de exposição visando ser o melhor cão da mesma. Esse cão será o Best in Show. É o título mais honroso dessa exposição. Se tivermos 3 pistas nessa exposição teremos 3 best in show pois cada juiz escolherá um. Numa pista um juiz poderá dar esse título para um Dobbermann. Na outra pista para um São Bernardo e na outra para um West Highlander White Terrier. Cada juíz terá a sua visão do que considera melhor e isso mostra que a escolha se prende a aspectos objetivos e subjetivos. Objetivos porque se um cão se apresentar mancando ou destituído das caracteríticas mínimas do padrão da raça ele se sairá mal. Mas subjetiva também porque a partir de um certo grau de qualidade a escolha passa a ser pela ótica, competência e isenção do juíz. Aí o bixo pega.

O que significa vencer um ranking? Na medida que um cão consegue pontuações nas exposições isso é computado pela CBKC e pelo dog show. São formas destintas e só a primeira é oficial. No final do ano quem conquistou mais pontos é o vencedor. Quanto mias exposições um cão vencedor participa mais acumula pontos. SE o seu cão viaja muito e participa de muitas exposições terá muito mais chances de vencer o ranking. Se tens o melhor cão do Brasil mas levas em poucas exposições não irás ganhar. Isso significa que o cão que vence o ranking não é, necessáriamente o melhor e na maioria das vezes não é. O ranking de melhor criador pela CBKC significa que naquele ano esse criador foi o que mais cães de sua raça obteve títulos de Campeão, Campeão Panamericano, etc. É um título bonito mas é preciso participar para conquistar. Em 2010 eu participei e conquistei esse título como já fiz em outros anos. No ano passado e nesse ano não tenho participado e venho me dedicando mais à criação. Mas sou o criador que mais vezes venceu o ranking de criador da raça AST na história da cinofilia brasileira. Isso é bom pois quem tem qualidade precisa provar mas não necessariamente sempre para não virar um processo de vaidade neurótica. Por outro lado alguns são picados pela necessidade de competir. Para seres vitorioso em exposições deves ter um cão de qualidade física e de apresentação, um handler experiente, disposição para ires em várias exposições, teres perseverança e um valor destinado para as despesas que ocorrerão.

Mas antes de empreenderes essa jornada se pergunte o que é mais importante para ti. Se é o teu cão e o que entendes por qualidade da raça que escolhestes. Ou se és tu que desejas enaltecer.  Se fores a ti procure pelas linhas de sangue da moda e os tipos físicos que os juizes estão mais gostando. Terás mais chances de venceres. Procure amigos nas redes sociais que sabem bastante desses caminhos e verás que até juízes fazem parte desses diálogos nos facebooks da vida.

Mas se o teu interesse for a raça e o teu cão em particular. Se tens princípios fortes pessoais e amas determinadas características da raça que escolhestes não te deixes levar por resultados ou julgamentos de juízes que muitas vezes são corruptos ou incompetentes. Siga tua visão do que te fez apreciar a raça de seu cão e, se levares em pista não te deixes alterar tua rota nem pela vitória e nem pela derrota nas exposições de beleza. Se desejas criar mantenhas o teu norte e se queres apenas participar da disputa coloque o teu bem estar psicológico e a alegria do seu cão em primeiro lugar. A melhor taça é a que conquistas pela vitória justa e limpa e os parâmetros humanos parciais não conseguem propiciar essa honraria quando o julgamento é subjetivo.

Para que as exposições fosse um cenário mais justo cada juiz deveria em cada exposições explicar com uma súmula técnica porque esxolheu esse ou aquele cão. A análise não deveria ser apenas de beleza mas de temperamento. Os participantes deveriam participar do mesmo número de exposições. Os juizes deveriam ser isentos e passar pelo crivo de uma banca que os controlasse e avaliasse. O valor para as inscrições deveria ser acessível para que mais pessoas pudessem levar o seu cão deixando assim de ser um processo elitista que privilegia uma minoria e que cria uma máfia de interesses. Enfim, eu teria muitas idéias mas dentro do cenário viciado local e mundial seriam utópicas. 

De toda a maneira vale a pena nós levarmos o nosso cão se bem treinado para participar de algumas ou muitas exposições desde que nos ofereça prazer e não nos enrede a alma a tal ponto de nos tornarmos cegos ou neuróticos. Vencer só é bom se com lisura. Saber que se teu cão é ótimo todos notam mesmo que perca. E se o teu cão vence não deves desmerecer o que perde pois todos são dignos e belos junto de Deus. É o homem que cria as disputas, as contendas, as diferenças e as premiações.

 

Obs.: anexei uma foto que recebi essa semana de um filhote New Kraftfeld que seu dono levou em exposição e teve excelente êxito e o julgo promissor.

 

Espero ter ajudado!

 

Nelson Filippini Almeida

 

 


O AST convive bem com outras raças?
09 de Setembro de 2012
O AST é um cão de temperamento forte como outras tantas raças. Isso significa que colocar um cão de temperamento forte e de capacidade de mordida mais acentuada para conviver com cães do mesmo sexo significa que existe a possibilidade de um dia haver um choque. Dois Rottweilers machos se estranham. Dois Mastim Napolitanos idem. E assim por diante. Então, se tens um cão de outra raça e desejas ter um AST deves tomar as seguintes providências: a) escolher um AST que não tenha um temperamento dominante nessa ninhada; b) fazer com que o AST conviva desde cedo com o cão que já tens; c) escolher de preferência um AST de sexo oposto ao que já tens; d) pedir para o criador que explane o temperamento dos pais dessa ninhada e de seus outros ancestrais para teres mais segurança. Tomando essas providências nada impede que tenhas um AST convivendo pacificamente com outras raças. Assim tem sido minha experiência.
Tenho inúmeros relatos de americans de minha criação convivendo com muitas raças e sendo muito amigos. O Pitbull foi condicionado há um século atrás, por volta de 1870 principalmente, através xde cruzamentos selecionados para rinhas a entender que o outro cão é um inimigo. Muitos e muitos anos foram necessários, através de cruzamentos diferentes em que esse atavismo fosse quebrado para que chegassemos ao American Staffordshire Terrier. Mas essa valentia está em seu sangue. Precisamos somar ao que se tem feito nesses anos todos, principalmente depois de 1936 para sedimentar essa socialização. 
Em cada geração que fazemos um pouco pela socialização contribuimos mais. Isso não significa que devamos enaltecer um cão covarde que fuja da luta pois assim estariamos nos opondo à uma frase famosa que diz que o american é dotado de uma coragem proverbial.
Um american, frente a frente com um american que esteja o desafiando deve ser corajoso e enfrentar o inimigo e não colocar o rabo no meio das pernas e sair gritando. Mas o AST desde cedo convivendo com outras raças irá desenvolver a percepção que esses cães não representam uma ameaça real para ele e que pode brincar e viver em harmonia com as mesmas.
Repetindo, várias pessoas me enviam fotos e falam de uma bela relação com seus americans e outras raças. Meu plantel apresenta americans dóceis e meigos mas outros mais apimentados. Para aqueles que desejam um AST para proteger a sua família e casa, tranquilos com os seus parentes mas que desconfiem dos estranhos e defenda a sua família eu recomendo os apimentados, aqueles de temperamento mais impositivo. Isso não significa serem traiçoeiros ou perigosos com as pessoas que estão conosco mas dos estranhos que invadem o território. 
Entendo esses atributos como uma virtude. Nos meus 20 anos criando a raça nunca tive um episódio de um AST de minha criação atacando um ente familiar.

Complemento ao que escrevi sobre o passado e o presente da raça!
05 de Setembro de 2012

Uma pessoa escreveu dizendo que estava 90% de acordo com o que eu escrevi. Mas mostrou certa preocupação quando eu falei sobre a combatividade que estaria admirando que devesse existir na raça. Eu poderia deletar o que eu quisesse do meu texto já que sou eu que administro tudo do site. Mas eu preferiria esclarecer melhor o que eu entendo como combatividade.

Eu sou uma pessoa equilibrada, já trabalhei 5 anos na equipe de Saude Mental da Secretaria da Saude. Dez anos na UTI do Hospital Divina Providência e 30 anos atendi os pacientes clínicos do Posto 4 do IAPI pelo estado. Treze anos atendi pessoas em hemodiálise e transplantados. O que isso tem a haver com o texto sobre a raça AST? Eu sou de origem italiana, sou tranquilo mas se tiver que combater pela minha família ou meus princípios eu o faço. Já fiz isso mais de uma vez na minha história. Eu creio que os cães captam muito dos seus donos. Meus cães em sua maioria, embora estejam prontos para a guerra são queridos com as pessoas que me visitam e existem diferenças de comportamento conforme a linha de sangue. Conforme o cruzamento que faço eu consigo gerar cães mais tranquilos e meigos e outros mais apimentados. Eu admiro os corajosos mas não enalteço os desequilibrados. Prefiro afastá-los da minha criação como já fiz duas vezes.

Por vezes ao darmos uma ênfase numa questão podemos ser interpretados errôneamente. Teci no meu comentário sobre o passado e o presente da raça várias questões que julgo importantes e são como eu sinto. Eu moro numa área mais afastada da cidade. A zona sul de Porto Alegre, no bairro que resido vemos alguns sítios agradáveis que dão a impressão de estarmos no interior. Quando passeava com meus americans pelas imediações percebia que alguns cães apareciam para atacar os americans que estavam comigo. Ter um cão que fugisse me daria uma sensação desagradável. Seria como se eu estivesse fugindo da raia e eu não sou de me acovardar. Passei 17 dias em coma depois do meu acidente. Ao sair do coma sentia dores pela neuropatia e não desistia. Precisei voltar a aprender a andar mas não esmoreci. Não gosto da covardia. Por isso não me agrada saber que um american foge correndo e se esconde numa caixa de exposição com medo. Eu vi um AST fazer isso. Outros viram mas eu não comentarei os detalhes. Foi mais ou menos isso que eu tentei descrever em parte do meu artigo. O Tottenhan pula alto no canil e mete medo. Mas essa semana quando eu tirava fotos dele não saia de minha proximidade. O Dark está agora na casa de um amigo. Na mesma semana se apaixonou pelo seu filho com 8 anos, uma criança com certas dificuldades. O Dark não sai de seu lado e o protege. Isso deveria ser  um AST. Para se ter um AST é preciso personalidade e saber lidar com ele. Uma senhora de Capão da Canoa, como descrevi outro dia tem uma fêmea, filha de um cão de temperamento muito forte (o Beatle). Ela deixou essa fêmea desde pequena convivendo com uma pastora alemã. Dormem grudadas. Se ela fosse uma desatinada teria comido a pastora. Mas não. São tão amigas que a american a espera quando num passeio ao ar livre a companheira se retarda.

Bem, talvez eu tenha explanado melhor, nesse complemento, que nesses 20 anos que crio o temperamento equilibrado foi um dos pilares da minha criação. Temperamento equilibrado mas acompanhado de coragem!